14 de julho de 2025
Por trás das traves: Direitos humanos e segurança do trabalho em grandes obras esportivas
O futebol é uma paixão que movimenta bilhões e muitos sonhos. Com o Mundial de Clubes 2025 e a intensificação dos preparativos para a Copa do Mundo de 2026, a atenção se volta para a infraestrutura desses espetáculos. Por trás da grandiosidade de novos estádios e complexos esportivos, há uma realidade que não pode ser ignorada: a segurança e as condições de trabalho de milhares de trabalhadores envolvidos.
No Brasil, segundo o SINAIT, 9 mortes foram registradas em decorrência de acidentes de trabalho nas obras da Copa do Mundo de 2014. No Rio de Janeiro, 11 mortes ocorreram nas construções de instalações das Olimpíadas de 2016, de acordo com a Agência Brasil.
Embora não haja dados públicos consolidados sobre acidentes específicos de obras para o Mundial de Clubes de 2025, com jogos em onze cidades-sede norte-americanas ou a Copa de 2026, que será realizada em cidades dos Estados Unidos, Canadá e México, a preocupação é relevante. A magnitude desses projetos, que reúnem um grande contingente de trabalhadores, torna essencial que os países-sede priorizem a segurança e o respeito aos direitos humanos em todas atividades relacionadas às obras de construção.
O direito à saúde e à segurança no trabalho é, antes de tudo, um direito humano. Toda pessoa tem o direito de exercer sua atividade profissional em um ambiente que respeite sua vida, sua integridade física e seu bem-estar. Em 2022, esse direito foi oficialmente reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como um dos pilares fundamentais dos direitos no trabalho, ao lado da liberdade sindical, da eliminação do trabalho forçado, do trabalho infantil e da discriminação. Nesse contexto, o InPACTO reforça que a promoção de ambientes de trabalho seguros e dignos deve ser prioridade em projetos de grande visibilidade e impacto social, como as obras vinculadas aos megaeventos esportivos.