Desafios para a inclusão de pessoas trans no mundo do trabalho
A inserção de pessoas transgêneras no mercado de trabalho formal no Brasil ainda enfrenta barreiras significativas, resultado de uma estrutura social marcada pela exclusão e pela discriminação.
Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), cerca de 90% dessas pessoas recorrem à prostituição como meio de subsistência, evidenciando a escassez de oportunidades formais, seguras e dignas.
Diversos fatores contribuem para essa realidade, como o abandono escolar, a ausência de redes de apoio e os entraves burocráticos para o reconhecimento da identidade de gênero. Esses obstáculos mantêm muitas pessoas trans em situações de informalidade, precariedade e vulnerabilidade.
Nesse contexto, o risco de violações de direitos humanos se intensifica, com casos de aliciamento e exploração que podem configurar trabalho análogo à escravidão. O Ministério Público do Trabalho (MPT) já identificou episódios envolvendo pessoas trans em diferentes setores produtivos.
A realidade é ainda mais preocupante para pessoas trans negras, que enfrentam a sobreposição da transfobia com o racismo estrutural — um fator que amplia significativamente as barreiras ao trabalho digno e os riscos de exploração.
Enfrentar esse cenário exige ações coordenadas: políticas afirmativas, programas de qualificação profissional, redes de apoio e mecanismos eficazes de fiscalização. É fundamental o engajamento ativo de empresas, poder público e sociedade civil nesse processo.
O InPACTO reforça que construir ambientes de trabalho mais inclusivos é um compromisso com os direitos humanos. Garantir o acesso de todas as pessoas a oportunidades dignas é essencial para enfrentar desigualdades estruturais e avançar na construção de uma sociedade mais equitativa.