Desafios persistentes na agenda de combate ao trabalho escravo
Apesar dos avanços das últimas décadas, o combate ao trabalho escravo contemporâneo ainda enfrenta obstáculos complexos que exigem respostas coletivas, coordenadas e inovadoras. A persistência da informalidade, o enfraquecimento das estruturas de proteção social, os retrocessos ambientais e o aprofundamento das desigualdades socioeconômicas mantêm milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade nas cadeias produtivas.
Entre os desafios persistentes, destacam-se o mapeamento e rastreabilidade de cadeias longas e pulverizadas, muitas vezes atravessadas por terceirizações, subcontratações e intermediações opacas; A adaptação à nova regulação internacional, com legislações que exigem devida diligência obrigatória em direitos humanos e ambientais; Digitalização e novas formas de trabalho, que ampliam as fronteiras produtivas, mas também os riscos de exploração, inclusive no ambiente virtual; e principalmente, o racismo estrutural, desigualdade de gênero e ausência de políticas públicas efetivas, que seguem impactando populações específicas, como pessoas negras, mulheres, migrantes e comunidades tradicionais.
O setor produtivo desempenha um papel central nesse cenário. Mais do que cumprir exigências legais, é preciso adotar práticas empresariais responsáveis, éticas e transparentes, voltadas à prevenção, à reparação e ao fortalecimento do trabalho digno.
O InPACTO atua como um articulador entre empresas, governo e sociedade civil para enfrentar esses desafios com base em dados, ferramentas técnicas, diálogo qualificado e compromisso coletivo. O combate ao trabalho escravo precisa ser fortalecido para enfrentar desafios persistentes e aprimorados na medida em que surgem novos contextos sociais, econômicos e ambientais.