Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos
O tráfico transatlântico de africanos escravizados foi um dos capítulos mais cruéis da história da humanidade. Entre os séculos XVI e XIX, cerca de 12,5 milhões de africanos foram forçados a deixar seus lares rumo às Américas em condições desumanas. Aproximadamente 1,8 milhão não sobreviveu à travessia. O Brasil foi o país que mais recebeu pessoas escravizadas — cerca de 40% — e o último das Américas a abolir formalmente a escravidão, em 1888.
No Brasil, essas desigualdades são resultado direto da forma como o país foi estruturado: sobre bases escravocratas que negaram direitos e oportunidades a amplos segmentos da população. A persistência do trabalho análogo à escravidão é uma consequência contemporânea desse legado. Ela é alimentada por vulnerabilidades que não são inerentes aos indivíduos ou grupos afetados, mas impostas historicamente por fatores como o racismo estrutural, a pobreza e a desigualdade de gênero — sistemas que continuam a limitar o acesso à cidadania plena.
O Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravizados, celebrado em 25 de março, foi instituído pela ONU para lembrar essas vítimas e refletir sobre os impactos ainda presentes desse sistema. É também um chamado à reparação histórica e ao enfrentamento das desigualdades que atravessam nossa sociedade.
Essa reflexão se conecta ao Dia Internacional pelo Direito à Verdade, lembrado em 24 de março, que homenageia vítimas de regimes opressores e reforça a importância da memória histórica como instrumento de justiça.
Ao lembrar o passado, renovamos nosso compromisso com a construção de um presente e futuro mais justos. O InPACTO reafirma sua missão de erradicar o trabalho análogo à escravidão e promover o respeito à dignidade humana em todas as cadeias produtivas.