Jornada de 75 horas semanais: você compraria roupas produzidas nessas condições?
Recentemente, uma gigante varejista chinesa do setor têxtil foi denunciada, trazendo à tona uma realidade alarmante: trabalhadores submetidos a jornadas de até 75 horas semanais, em condições análogas à escravidão. Além das jornadas exaustivas, essas pessoas disseram ser submetidas a baixos salários e ambientes insalubres. Em um momento em que vários países discutem avanços como a redução de jornada para melhorar o equilíbrio vida e trabalho das pessoas, essas denúncias evidenciam um contraste chocante.
Por mais distante que pareça, esse caso tem impacto global. Grandes varejistas chinesas seguem ampliando sua presença no mercado internacional, impulsionadas pelas ofertas de preços baixos e uma enorme variedade de produtos. Em 2023, algumas dessas empresas movimentaram bilhões de reais no Brasil, consolidando-se entre as maiores do setor. Diante disso, é preciso refletir: por trás de tanta acessibilidade, quais são os custos invisíveis dessa produção?
Diante de um mercado global onde legislações trabalhistas variam e nem sempre garantem condições justas, o papel do consumidor se torna fundamental. Cada escolha de compra contribui para fortalecer ou questionar modelos produtivos. Quando priorizamos apenas o preço, sem avaliar a origem e as condições de produção, podemos estar alimentando um sistema baseado na exploração.
Por isso, pesquisar a procedência dos produtos, valorizar marcas comprometidas com a ética e exigir mais transparência das empresas são formas concretas de fazer a diferença.
Não podemos deixar de reforçar que as empresas, por sua vez, têm o papel fundamental de assegurar que seus produtos sejam resultados de práticas éticas, que respeitem os direitos humanos. Isso exige que assumam responsabilidade por toda a sua cadeia produtiva, desde os fornecedores até a produção final.
No InPACTO, seguimos comprometidos em construir um futuro onde todas as pessoas tenham direito ao trabalho digno.
Como você acredita que podemos transformar essa realidade? Deixe sua opinião nos comentários e participe da construção de uma sociedade sustentável.