Pessoas cortadoras de cana-de-açúcar – O peso da história e a urgência por dignidade no campo
O cultivo da cana-de-açúcar tem um papel central na história do Brasil. Durante séculos, essa atividade impulsionou a economia, mas ainda possui desafios na garantia do trabalho decente. É fundamental garantir que o desenvolvimento do setor esteja atrelado ao respeito aos direitos dos trabalhadores e à promoção de condições dignas de trabalho.
Apesar dos avanços, há trabalhadores do corte de cana ainda enfrentam jornadas exaustivas e condições degradantes, que caracterizam trabalho análogo à escravidão. Essa realidade evidencia a persistência de desigualdades estruturais e reforça a necessidade de transformação no setor.
Somente em 2022, o número de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão no cultivo de cana-de-açúcar no Brasil foi de 362. Embora em 2023 o número de resgates tenha sido menor, com 258 trabalhadores resgatados, os dados revelam a importância de medidas contínuas para garantir melhores condições de trabalho, fortalecer os direitos trabalhistas e combater a exploração no setor.
O corte de cana é uma atividade que exige esforço físico intenso, frequentemente realizado sob altas temperaturas, com acesso limitado a equipamentos de proteção e, muitas vezes, com baixa remuneração, que reforça a vulnerabilidade dos trabalhadores.
O InPACTO trabalha para erradicar o trabalho análogo à escravidão em todas as cadeias produtivas, incluindo a sucroenergética. Através da articulação com empresas, promoção de trabalho decente e influência em políticas públicas, buscamos construir setores mais éticos, transparentes e comprometidos com o trabalho decente.
Em 16 de janeiro é celebrado o Dia do Cortador e da Cortadora de Cana-de-Açúcar. Aproveitamos a data para relembrar a urgência de reconhecimento e compromisso com estes trabalhadores. Que esse conteúdo nos inspire a seguir avançando na construção de um futuro onde a dignidade e os direitos dos trabalhadores sejam prioridades.