Por trás da folia: invisibilidade de trabalhadores nos bastidores do Carnaval
O Carnaval é um dos eventos culturais que mais movimenta a economia brasileira. Para este ano, a expectativa é que a festa em todo o país gere uma receita de aproximadamente R$ 12 bilhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Além do turismo, que impulsiona a hotelaria e os aluguéis por temporada, o Carnaval aquece setores como alimentação, com o aumento das vendas em bares, restaurantes e ambulantes, e transporte, com alta na demanda por passagens e mobilidade urbana. Eventos e entretenimento também geram receitas expressivas, incluindo desfiles, blocos, camarotes e festas privadas. O comércio de fantasias e adereços se fortalece, enquanto serviços como segurança, limpeza e infraestrutura ganham destaque com a contratação de profissionais temporários.
Por outro lado, muitas dessas pessoas enfrentam jornadas excessivas, informalidade e condições precárias. O aumento da demanda durante o Carnaval intensifica desafios comuns a muitos trabalhadores, como segurança no trabalho, sobrecarga, remuneração instável e falta de proteção social. Além disso, há ainda o risco de trabalho infantil e condições análogas à escravidão, reforçando a necessidade de fiscalização e políticas de proteção mais eficazes para estas pessoas.
O Carnaval deve ser sinônimo de alegria para todos, inclusive para aqueles que trabalham para fazê-lo acontecer. Garantir dignidade a esses profissionais não é apenas uma questão de justiça social, mas um compromisso essencial para um Brasil mais justo.