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10 de agosto de 2015

Projeto do Banco Mundial vai ampliar apoio a quilombolas no RN

Um projeto financiado pelo Banco Mundial, denominado RN Sustentável, vai instalar no Rio Grande do Norte uma minifábrica de lingerie e uma marca de moda, além de artesanato com identidade afro. Os dois projetos surgiram de demandas das comunidades quilombolas do estado e devem beneficiar 1 milhão de pessoas até 2019.

“O projeto prioriza as comunidades tradicionais e grupos mais vulneráveis como afrodescendentes, indígenas, mulheres e jovens, favorecendo os recursos e a assistência técnica necessária para viabilizar atividades produtivas”, explica a gerente do projeto, Fátima Amazonas, do Banco Mundial.

O projeto deve significar mais um passo para a valorização das comunidades quilombolas, como acontece em Negros Felicianos do Alto, que ganhou do governo brasileiro, em 2007, a certificação de reconhecimento como quilombola. Isso deu aos moradores a titularidade da terra, uma luta constante para os descendentes de escravos fugidos, e abriu as portas para que projetos sociais atendessem os moradores.

Atualmente, como muitos adolescentes de comunidades tradicionais na América Latina, as estudantes Maria Paula Teixeira, Juliana Bezerra e Edivânia Costa se equilibram entre dois mundos. Nasceram em um quilombo – nome dado aos assentamentos remanescentes dos tempos da escravidão –, mas estudam na cidade de Portalegre a 20 minutos dali.

Até a conquista da titularidade, os moradores da comunidade viviam quase esquecidos pela sociedade. Agora, aos poucos, buscam os objetivos das Nações Unidas para a recém-lançada Década de Afrodescendentes (2015-2024): reconhecimento, justiça, desenvolvimento e fim da discriminação.

Desenvolvimento, em particular, é um tema que mobiliza os quilombolas deste pedaço do Nordeste brasileiro. Quase todos os 80 lares da comunidade rural são apoiados por programas como o Bolsa Família, mas os moradores querem mais. Além da transferência de renda, eles vivem com o pouco que obtêm da agricultura e do artesanato. “O Bolsa Família é um incentivo importante, mas não tem o peso de um emprego, que te dá uma autoestima especial”, comenta a artesã Maria Joseília da Silva, 34 anos.

Texto: Rede Brasil Atual

Imagem: Mariana Kaipper Ceratti / Banco Mundial

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