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8 de agosto de 2025

Saúde mental no trabalho: da gestão de riscos psicossociais à defesa da dignidade humana

Os riscos psicossociais no trabalho — como estresse ocupacional, assédio, sobrecarga e insegurança — afetam diretamente a saúde mental e física de trabalhadores. Esses fatores, relacionados à forma como o trabalho é organizado e às relações sociais no ambiente profissional, ganharam destaque nas discussões sobre o futuro do trabalho.
 
A pandemia ampliou esse debate, mas ele já vinha crescendo. Em 2019, a OMS reconheceu o burnout como fenômeno ocupacional. No Brasil, o Ministério da Saúde tem reforçado diretrizes voltadas à saúde mental no trabalho, reconhecendo o impacto dos modelos de gestão sobre o bem-estar dos trabalhadores. A nova NR-1, que entra em vigor em 2026, exige que as empresas incluam os riscos psicossociais no seu Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO). É um avanço necessário — mas insuficiente.
 
Garantir saúde mental não deve ser apenas uma obrigação legal ou um diferencial corporativo. É uma questão de dignidade e justiça social. E, nesse sentido, não podemos deixar de lado os contextos mais graves de violação de direitos, como o trabalho em condições análogas à escravidão e o trabalho infantil, com atenção especial as suas piores formas. Nesses casos, os danos à saúde mental são profundos e muitas vezes invisibilizados, com impactos duradouros sobre a vida das vítimas.
 
Se queremos tratar a saúde mental como prioridade, ela precisa ser reconhecida como um direito de todos — não apenas dos que têm vínculo formal. Isso exige ações integradas entre governo, empresas e sociedade civil: políticas públicas mais abrangentes, fiscalização qualificada, cadeias produtivas responsáveis e espaços de escuta e acolhimento.
 
O futuro do trabalho só será verdadeiramente saudável se for mais humano, inclusivo e comprometido com a dignidade de todas as pessoas.

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