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18 de março de 2025

Saúde mental no trabalho: um novo patamar de responsabilidade

As transformações no mundo do trabalho vêm evidenciando desafios antes ignorados, especialmente os impactos na saúde mental. Antes restrita a alguns países, a discussão ganhou força global com a pandemia de Covid-19, que ampliou desigualdades e alterou a dinâmica do trabalho para milhões de pessoas.

O burnout, reconhecido pela OMS em 2019 e classificado como doença ocupacional em 2022, tornou-se um símbolo do desgaste causado pelo isolamento, insegurança no emprego e jornadas intensas. Para trabalhadores como profissionais de saúde, autônomos e prestadores de serviço, o medo da exposição ao vírus agravou ainda mais esse cenário.

No Brasil, essa preocupação impulsionou mudanças na legislação. O Ministério da Saúde incluiu os riscos psicossociais na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho em 2023, e, em 2024, foi aprovada a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que estabelece diretrizes de segurança e saúde no trabalho. Com a alteração, as empresas serão obrigadas a identificar, avaliar e mitigar fatores como estresse, assédio e sobrecarga de trabalho a partir de maio de 2025.

No entanto, os impactos desses riscos não são iguais para todos. Em contextos de maior precarização, com pouca fiscalização e proteção social, as consequências são ainda mais graves. No trabalho análogo a escravidão, além da exaustão física, há também uma série de elementos que agravam e afetam profundamente a saúde mental que dificultam a saída desse ciclo de exploração,  como por exemplo, humilhação, medo e cerceamento da liberdade.

As empresas precisam tratar a saúde mental como um compromisso estratégico, integrando essa preocupação às suas políticas internas e às exigências para fornecedores. Isso envolve mitigar riscos psicossociais, capacitar lideranças, fortalecer canais de denúncia e combater práticas abusivas. Também é essencial que toda a cadeia produtiva adote esses princípios, garantindo condições dignas de trabalho. Mais do que uma exigência legal, esse é um passo essencial para um ambiente corporativo mais justo, sustentável e produtivo.

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