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17 de julho de 2009

Vida melhor está associada a "valores", indica pesquisa

Mais de 500 mil brasileiros participaram de pesquisa que coletou respostas para pergunta aberta sobre a “receita” para uma vida melhor. Respeito, responsabilidade e justiça foram mais citadas que educação e saúde

Por Repórter Brasil

O que deve mudar no Brasil para sua vida melhorar de verdade? Mais de 500 mil brasileiros responderam a essa pergunta e o resultado surpreendeu os organizadores da pesquisa Brasil Ponto a Ponto, promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para a escolha do tema do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil.
Respeito, honestidade, responsabilidade, justiça, ausência de preconceito, paz e consciência foram mais vezes mencionados nas respostas do que questões como educação, segurança, saúde ou emprego. Para o coordenador do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil, Flávio Comim, o resultado só foi possível porque a consulta tinha uma pergunta aberta, que permite que as pessoas escrevam a resposta que quiserem.
Segundo ele, é a primeira vez que uma pesquisa desse tipo é feita com questão aberta. A iniciativa é inédita – em nenhum outro lugar do mundo, o tema do relatório nacional feito pelo Pnud foi decidido dessa forma.
“As respostas abertas permitiram que as pessoas falassem o que quisessem. Não só o que deveria mudar para suas vidas mudarem, mas também os comos e os porquês das mudanças”, salienta Flávio Comim. Para ele, isso “nos leva a um conceito novo de valores de vida: nem só morais ou éticos, nem só financeiros, são os valores praticados no dia-a-dia”.
Os resultados dos levantamento que ouviu um contingente expressivo de jovens enfatiza a importância que a população brasileira dá, em termos de “valores”, ao comportamento dos atores sociais, como empresas, perante o conjunto da sociedade. Quanto maior o comprometimento real do setor produtivo com os direitos fundamentais (por meio de ações efetivas contra o trabalho escravo), menor tende a ser a rejeição do grande bloco preocupado com valores.
Dentre as 500 mil pessoas que contribuíram com o projeto Brasil Ponto a Pontoestão moradores dos maiores municípios brasileiros e dos dez com menor índice de desnvolvimento humano (IDH), estudantes dos ensinos fundamental e médio, além de pessoas que deixaram sua resposta registrada no site da campanha, dos clientes das empresas de telefonia, de cosméticos e de quem se manifestou por sites de canais de televisão.
Apesar de a consulta ter alcançado grupos bem diversos, Flávio Comim conta que os principais pontos levantados foram basicamente os mesmos. Educação e violência apareceram com mais frequência entre as questões mais objetivas e devem merecer destaque especial no relatório. Contudo, reivindicações objetivas também apresentaram conexão com o déficit de valores. O coordenador conta que o que mais apareceu em relação à educação não foi uma demanda por mais conteúdo nas escolas, mas uma carência de que o espaço escolar também transmita valores aos alunos.
Sobre a violência, o que mais apareceu foram reclamações sobre a violência contra a pessoa – agressões, violência doméstica – em detrimento da violência contra a propriedade, como roubos e furtos. A conclusão que se tira disso, para Flávio Comim, é de que “o problema é muito maior”. “Significa que a sociedade resolve seus conflitos de forma violenta.”
Terminada a pesquisa, que parou de receber contribuições em 15 de abril e teve os dados computados até meados de junho, o desafio agora é materializar o tema “valores”. O relatório deve ser publicado até o início de 2010 e seu primeiro caderno abordará a experiência da consulta.

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