Campanha: "Construtoras, parem de escravizar operários"
A escravidão em meio urbano superou o meio rural em 2013, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra. Apenas no ano passado foram resgatados 866 vítimas de trabalho escravo na construção civil, que foi o setor que mais contribuiu para essa mudança de cenário.
Entre as empresas que tiveram os maiores flagrantes nos últimos meses estão: Anglo American, Brookfield, Emccamp, OAS, MRV e Racional. Para pressioná-las a mudar suas práticas trabalhistas, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Repórter Brasil e a Walk Free estão à frente da campanha “Construtoras, parem de escravizar operários“.
Conheça a campanha e participe do abaixo-assinado.
Entre os resgates, destaca-se o desrespeito aos direitos trabalhistas e humanos até em obras de grande relevância, vitrines governamentais, como a construção de casas populares do programa habitacional “Minha Casa Minha Vida” ou a ampliação do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, que é o mais movimentado da América Latina.
Só em 2013, foram 866 vítimas de trabalho escravo na construção civil. Mas só quatro empresas são responsáveis pela quase um terço destas infrações. Juntas, Anglo American, Brookfield, Emccamp e OAS foram apontadas por manter 299 operários nestas condições em 2013. A Anglo American teve mais 185 trabalhadores escravizados em seu canteiro de obras em 2014. Outra empresa flagrada superexplorando trabalhadores é a MRV, que já foi responsabilizada por 85 resgatados em quatro casos diferentes desde 2011. Já a construtora Racional foi autuada em 2012 por resgate ocorrido em plena Avenida Paulista, coração financeiro de São Paulo.
Aliciados em diferentes regiões do país e muitas vezes transportadas em veículos sem condições mínimas de segurança, os trabalhadores acabam sendo jogados em barracos improvisados onde tiveram de viver em condições degradantes, por vezes sem receber sequer o salário e presos a esquemas de servidão por dívida.
Entre as exigências da campanha estão:
– Que as empresas garantam condições dignas de alojamento e trabalho a seus empregados;
– Deixem de fazer uso de terceirizações ilícitas;
– Respeitem a Instrução Normativa 90 do Ministério do Trabalho e Emprego que regulamenta condições para recrutamento e transporte de trabalhadores contratados em localidades diferentes;
– E façam parte do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo.
Clique aqui para saber mais sobre as empresas questionadas pela campanha.
Fonte: Repórter Brasil e Walk Free
Imagem: Reprodução/Campanha