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13 de março de 2015

Chinês morre em fábrica da Apple após jornada excessiva de trabalho

Um trabalhador chinês foi encontrado morto, no dia 3 de fevereiro, no dormitório que compartilhava com outros trabalhadores de fábrica da Apple, nas proximidades de Xangai, na China. Tian Fulei, 26 anos, trabalhava por 12 horas diárias, sete dias por semana, na fabricação de iPhones.
A família de Fulei acredita que a exaustão por excesso de trabalho tenha sido o principal motivo do seu falecimento. Por falta de dinheiro, os parentes não puderam autorizar uma autópsia no corpo do rapaz. A empresa se manifestou negando que o ambiente de trabalho tenha contribuído para a morte do trabalhador. Ainda assim, prometeu inicialmente uma indenização no valor de 15 mil yuans (cerca de 7.400 reais), assumindo o compromisso de pagar 80 mil yuans (aproximadamente 39.800 reais) após negociações mediadas pela polícia, conforme divulgou o site da Revista Exame.
Embora a Apple divulgue ter uma política interna que proíba jornadas semanais superiores a 60 horas, um relatório da ONG China Labor Watch apontou que esse limite era ultrapassado nas fábricas de Pegatron. Segundo informações da organização, os funcionários fizeram, apenas no mês de novembro do ano passado, mais do que o dobro do limite de 36 horas extras previstos pela lei chinesa.
Mortes por excesso de trabalho na China
A morte do trabalhador da fábrica de iPhones não é um caso isolado. O excesso de trabalho é uma prática tão recorrente na China que tem até nome: guolaosi. Trata-se de um fenômeno que mata cerca de 1600 trabalhadores por dia no país. São quase 600 mil chineses morrendo de exaustão por ano.
Em 2102, quatro mil trabalhadores de uma das fábricas da multinacional tailandesa Foxconn, em Zhengzhou, entraram em greve por melhorias das condições de trabalho. Eles alegaram que a quantidade de horas extras trabalhadas em um mês chegava a 180. A paralisação interrompeu a produção de produtos da Apple. A empresa admitiu a jornada excessiva, além do uso da mão de obra de crianças e adolescentes entre 14 e 16 anos. Em 2013, em menos de três semanas, três funcionários da Foxconn, cometeram suicídio. Em 2010, foram pelo menos 14 trabalhadores. A Foxconn é responsável por produtos de grandes marcas de eletrônicos como Apple, Sony e Nokia. (Leia a matéria “Na China, 600 mil morrem por ano por excesso de trabalho”).
 

*Com informações do site Exame.com e do Daily Mail Online

Imagem: Apple Store em Hong Kong, China – Wikipedia/CC

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