Desemprego e informalidade afetam 295 milhões de jovens
Atualmente, cerca de 75 milhões de jovens estão desempregados em todo o mundo e mais de 220 milhões estão lutando para sobreviver na economia informal e vivem em extrema pobreza, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A crise de emprego entre jovens foi lembrada nesta terça-feira, 12, no Dia Internacional da Juventude. Este contexto, que gera instabilidade laboral e a falta de proteção e direitos, aumenta o estado de vulnerabilidade para várias formas de exploração, entre elas as mais perversas como o trabalho escravo e o tráfico de pessoas a partir de promessas falsas de emprego.
Pobreza e falta de oportunidades formam um cenário propício para a ação de exploradores. Por isso, os dados sobre o desemprego são preocupantes. Apenas na América Latina, quase oito milhões de jovens estão desempregados e outros 27 milhões estão empregados em condições informais. “Estamos falando de pelo menos 35 milhões de jovens que podem ser vítimas de desânimo e frustração com a contínua falta de oportunidades de emprego”, declarou Elizabeth Tinoco, diretora regional da OIT para a América Latina e o Caribe, conforme divulgou o escritório regional.
Ela ressaltou ainda a importância de se considerar como o desemprego e a informalidade afetam a qualidade de vida das pessoas que deixam o mercado de trabalho entre 15 e 24 anos e contribuem para um sentimento de vulnerabilidade e incerteza. Para a diretora, esses problemas também são obstáculos aos esforços para ultrapassar situações de pobreza e desigualdade. A região tem, de acordo com estimativas da OIT, 108 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, dos quais pouco mais da metade fazem parte da força de trabalho, ou seja, ou têm um emprego ou estão procurando ativamente um.
Saúde mental dos jovens
A saúde mental de jovens foi tema escolhido pelas Nações Unidas (ONU) para o Dia Internacional da Juventude deste ano. Para a OIT, a discussão é oportuna. O desemprego generalizado deixa os jovens em uma situação de crescente desespero e aumenta a sua vulnerabilidade. Os indícios são de que problemas de saúde mental se tornaram comuns nos últimos anos, chegando a atingir 25% da população jovem em alguns países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Além disso, a OIT alerta para a existência de problemas ainda mais graves como transtornos de estresse pós-traumáticos a partir de trabalho infantil em condições perigosas, como por exemplo, soldados em conflitos armados – muitas vezes por coação-, e prostituição infantil. Para a organização, a saúde mental dos jovens é importante e as políticas e programas de emprego para jovens devem ser construídas considerando isso.
Informações: OIT e Escritório Regional da OIT para América Latina e Caribe
Imagem: Chema Sanz (Creative Commons)
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