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9 de junho de 2014

Economia privada lucra US$ 150 bilhões anualmente com trabalho escravo, revela OIT

O mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre trabalho escravo, publicado em 19 de maio de 2014, estima que os lucros totais obtidos pelo uso de trabalho forçado na economia privada em todo o mundo totalizam US$ 150 bilhões ao ano. A maioria dessa receita foi gerada na Ásia, sendo que dois terços do valor acumulado nesta região têm origem na exploração sexual comercial.
De acordo com o documento, os lucros anuais por vítima são mais altos nas economias desenvolvidas (US$ 34.000 per capita), seguidas pelos países do Oriente Médio (US$ 15.000 per capita), e os mais baixos, na região da Ásia – Pacífico (US$ 5.000 per capita) e na África (US$ 3.900 per capita).
Globalmente, dois terços dos lucros do trabalho forçado foram gerados pela exploração sexual comercial, resultando em cerca de US$ 99 bilhões ao ano. É também na exploração comercial sexual onde estão os lucros per capita mais altos, o que pode ser explicado pela demanda por tais serviços e pelos preços que os clientes estão dispostos a pagar, além do baixo investimento de capital e os baixos custos operacionais associados a esta atividade. De acordo com a estimativa global da OIT, 55% de todas as vítimas de trabalho forçado no mundo são mulheres e meninas.
Estima-se ainda, que as vítimas de exploração de trabalho forçado, incluindo trabalho doméstico, agricultura e outras atividades econômicas, geram US$ 51 bilhões de lucro ao ano. Deste valor, os lucros do trabalho forçado na agricultura, incluindo silvicultura e pesca, giram em torno de US$ 9 bilhões ao ano.
Já para outras atividades econômicas, calcula-se que o lucro seja de US$ 34 bilhões ao ano, incluindo construção, manufatura, mineração e serviços públicos (água, luz, gás, etc.). Nestes casos, o valor agregado atribuído ao trabalho é calculado utilizando-se as receitas médias específicas do setor, divididas pela participação da mão de obra.
A migração foi apontada como um importante fator de risco. De acordo com as estimativas mundiais da OIT, 44 % das vítimas haviam migrado, dentro ou para além de fronteiras internacionais, antes de se envolverem em trabalho forçado.
Em 2012, a OIT apontou que cerca de 21 milhões de homens, mulheres e crianças se encontram em trabalho forçado. A maioria, 90%, é explorada na economia privada. A pesquisa de 2012 também apontou que 22% do total são vítimas de exploração comercial sexual e 68% são vítimas da exploração do trabalho forçado, por exemplo, na agricultura, na construção civil, no trabalho doméstico ou na manufatura.
A região do Pacífico Asiático responde pelo maior número de trabalhadores forçados – 12 milhões ou 56% do total mundial – enquanto países do Centro, Sudeste e do Leste Europeu (não UE) e a Comunidade dos Estados Independentes têm os mais altos índices de prevalência com 4,2 vítimas por 1000 habitantes.
 

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