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25 de setembro de 2009

Encontro traz à tona responsabilidade de empresas

Representantes de empresas, de organizações sociais e do governo dos EUA chamam atenção para a importância do envolvimento de companhias privadas na erradicação do trabalho escravo e infantil de suas cadeias produtivas

Por Repórter Brasil

A necessidade de envolvimento das empresas no combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas foi tema de notícia da agência internacional Reuters, que acompanha a quinta reunião anual do Clinton Global Initiative (CGI), realizada nesta semana em paralelo à Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.
De acordo com participantes do encontro, o envolvimento de companhias privadas com crimes desse tipo pode até implicar em falências. A atriz Julia Ormond, fundadora e presidente da Aliança para Acabar com a Escravidão e Extinguir o Tráfico (Alliance to Stop Slavery and End Trafficking) declarou durante o evento que a sua organização fez uma parceria com três empresas para examinar as suas respectivas cadeias produtivas com relação a abusos e para compartilhar amplamente o conhecimento adquirido a partir das experiências. Segundo ela, consumidores tem buscado produtos que são feitos com base em princípios éticos e que essa demanda pode crescer ainda mais.
Principal executiva da rede de lojas de produtos cosméticos The Body Shop International, Sophie Gasperment afirmou ainda que a companhia adotou a consicência social como uma filosofia central e que isso tem inclusive contribuído para o negócio. A rede mantém 2,5 mil unidades de venda pelo mundo. “É por isso que as pessoas curtem a loja e é por isso que elas compram conosco”.
A executiva anunciou no evento organizado pelo ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, que a rede deve dar início à elaboração de “cartões de progresso” que avaliam em que medida os países estão se esforçando para combater o tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual.
Representantes do governo norte-americano também se manifestaram. A secretária do trabalho Hilda Solis disse que o órgão pretende atuar junto a corporações que querem erradicar o trabalho forçado e infantil de suas cadeias produtivas e estão dispostas a adotar sistemas de monitoramento.
A Secretaria de Trabalho dos Estados Unidos está destinando US$ 58 milhões para combater o trabalho infantil em 16 países. Os recursos visam indústrias recentemente identificadas no recente relatório do governo dos EUA que tratou do tema em escala mundial e inclui o Brasil e setores como o da pecuária e o de carvão vegetal.
Responsável pelo monitoramento e combate ao tráfico de pessoas dentro da administração norte-americana, o embaixador Luis deBaca acredita que é possível fazer muito mais para erradicar o problema. Ele vê problemas tanto do lado dos empregadores (empresas que buscam mão de obra barata e bordéis que arregimentam prostitutas) quanto dos consumidores (que compram produtos baratos e abastecem a indústria do sexo).
Os esforços vão no sentido do combate a situações como a que perdura na indústria de tapetes na Índia. De acordo com Kailash Satyarthi, da Marcha Global Contra o Trabalho Infantil (Global March Against Child Labor), a entidade já conseguiu reduzir o número de vítimas, mas ainda existem crianças que vêm de Bangladesh e do Nepal e que são vendidas por US$ 40 ou US$ 50.
O coordenador da Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto, também foi convidado e marcou presença na reunião do CGI 2009, representando o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo para aprofundar o intercâmbio em escala global acerca do combate ao trabalho escravo contemporâneo.

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