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28 de outubro de 2014

Mais de 10 mil foram resgatados em canaviais em dez anos

De 1995 a 2013 foram resgatados 46.478 trabalhadores submetidos ao trabalho escravo em vários setores de produção no Brasil. Aproximadamente 23% das vítimas, 10.709, foram encontradas em canaviais, entre 2003 e 2013.
A mecanização vem substituindo o trabalho humano no setor. Atualmente, sete a cada dez toneladas de cana são extraídas por máquinas. A colheita manual ainda é predominante na região Nordeste, uma vez que o relevo montanhoso dificulta a colheita mecanizada.
Uma melhora nas condições de trabalho dos que ainda se dedicam a colheita manual, embora tenha sido notada, ainda é um grande desafio porque a atividade em si é muito penosa. Em média, um trabalhador que corta 12 toneladas de cana por dia precisa caminhar 8,8 km, desfere 133.332 golpes de facão, faz 36.630 flexões e giros pelo corpo e perde 8 litros de água. Essas são algumas das informações da publicação “As Condições de Trabalho no Setor Sucroalcooleiro”, produzida pelo programa educativo “Escravo, nem pensar”,  da ONG Repórter Brasil.
A publicação também informa que o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com 34 milhões de toneladas por ano e lavouras de cana ocupam 10 milhões de hectares, cinco vezes o estado de Sergipe. O interior de São Paulo é responsável sozinho por 56% de toda a produção brasileira de cana. Reprodução/ Repórter Brasil
A boa notícia é que o número de registros de trabalho escravo no setor sucroalcooleiro vem diminuindo nos últimos anos. Segundo a Repórter Brasil, isso se deve ao “aumento da fiscalização feita pelo governo federal, somado à grande pressão feita pela mídia, por sindicatos e por compradores internacionais para que as usinas brasileiras se adequassem, contribuiu para a redução dos casos de escravidão e de outras irregularidades trabalhistas”.
Ainda assim, trabalhadores submetidos a condições de escravos foram encontrados inclusive na atividade mecanizada. O primeiro registro é de 2011, quando 39 pessoas foram resgatadas em uma fazenda em Goiatuba (GO). Elas checavam a trabalhar 27 horas seguidas na operação das máquinas.  Este foi o primeiro registro de escravidão em lavouras mecanizadas.
Acesse a publicação “As Condições de Trabalho no Setor Sucroalcooleiro”. Clique aqui para fazer o download do material.

Informações: Repórter Brasil

Imagem: Reprodução/ “As Condições de Trabalho no Setor Sucroalcooleiro”

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