O impacto da jornada 6×1 na produtividade e qualidade de vida dos trabalhadores
O tema da jornada de trabalho 6×1 ganhou destaque recentemente com a iniciativa que busca regulamentação por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Em fase de discussão, essa proposta visa estabelecer novas regras para a jornada 6×1, que atualmente é utilizada em setores de operação contínua. A discussão traz à tona questionamentos sobre produtividade, qualidade de vida e direitos trabalhistas, e tem movimentado debates entre trabalhadores, empresários e especialistas.
A proposta sugere novas diretrizes para o regime de trabalho, visando tornar mais justas as condições de descanso e trabalho. Entre as mudanças sugeridas, está a redução da jornada máxima de trabalho para 36 horas semanais, em 4 dias por semana. A proposta visa proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, prevenindo a sobrecarga e incentivando uma relação entre vida e trabalho mais equilibrada.
Embora o modelo 6×1 seja muitas vezes justificado por demanda produtiva, evidências apontam que a produtividade está fortemente associada ao bem-estar de trabalhadores. Em um teste, 19 empresas brasileiras experimentaram modelos de trabalho mais equilibrados, com pausas adequadas e incentivo ao descanso. Comprovando que a produtividade é maior em ambientes que respeitam a saúde física e mental dos trabalhadores, todas as empresas do teste optaram por manter a jornada de trabalho reduzida.
No setor de serviços, o modelo 6×1 enfrenta desafios específicos. Jornadas intensivas, sem descanso adequado, elevam o risco de esgotamento físico e mental, aumentando a chance de erros e acidentes e comprometendo o desempenho dos trabalhadores e a qualidade dos serviços. Por isso, a redução da jornada não apenas favorece a produtividade, mas também aprimora o padrão de atendimento e a satisfação dos clientes, tornando-se um diferencial competitivo e um investimento em qualidade e eficiência para as empresas.
O InPACTO apoia iniciativas que promovam o crescimento econômico sustentável, o emprego pleno e produtivo, e o trabalho decente para todos, em acordo com o que propõe o ODS 8, sobre Trabalho Decente e Crescimento Econômico, da Agenda 2030.