Tráfico de migrantes movimenta 7 bi de dólares
O tráfico de migrantes movimenta mais de 7 bilhões de dólares anualmente nas suas duas principais rotas para a Europa e América do Norte. A informação é da ONU, que apontou este como um dos maiores desafios no combate ao crime organizado transnacional. O alerta foi feito durante a 7ª sessão da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional – conhecida como a Convenção de Palermo –, na última segunda-feira (06), em Viena, na Áustria. De acordo com relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), desde 2000, mais de 40 mil imigrantes já morreram em tentativas de travessias.
Até a próxima sexta-feira (10), a Convenção abordará diferentes aspectos da Convenção da ONU, desde tráfico de pessoas e contrabando de migrantes até a cooperação internacional na extradição e às novas formas de crimes organizados transnacionais. Além disso, os desafios de crimes organizados transnacionais como tráfico de órgãos humanos, animais selvagens e crimes florestais, e a proteção de menores vulneráveis na África Ocidental serão discutidos em mais de 30 eventos paralelos até o final da semana.
No primeiro dia da Convenção, o diretor executivo do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), Yuri Fedotov. alertou que “Terríveis tragédias estão ocorrendo diariamente com mulheres, crianças e homens vulneráveis que confiam em criminosos e acabam sendo contrabandeados através das fronteiras nacionais”. Fedotov solicitou à comunidade internacional que tome as medidas necessárias para processar e prender os contrabandistas, apreender os bens de origem criminosa, bem como providenciar cuidados e proteção aos migrantes. Para ele, é possível evitar que os contrabandistas fique imunes à aplicação da lei através de uma estreita cooperação, compartilhamento de informações e operações conjuntas.
Mortes em travessias
De acordo com relatório recentemente publicado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), desde 2000, mais de 40 mil pessoas já morreram em travessias perigosas e ilegais. Nos primeiros nove meses de 2014, mais de quatro mil já perderam as vidas, três mil tentando chegar à Europa, destino que segundo a OIM é o mais perigoso do mundo para imigrantes nessas condições. A pesquisa da OIM começou a ser feita após a tragédia de outubro de 2013, quando mais de 400 imigrantes se afogaram em dois naufrágios perto da ilha italiana de Lampedusa.
O Mediterrâneo, a costa do México e o oeste da África são as regiões que tiveram os maiores números de mortes, com 3072, 230 e 56, respectivamente. (Veja o infográfico da OIM ao lado).
Fator de risco
De acordo com dados recentes divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a migração é um importante fator de risco. Pesquisa mostrou que 44% das vítimas de trabalho escravo haviam migrado, dentro ou para além das fronteiras internacionais, antes de se envolverem em trabalho forçado. A organização ainda estima que os lucros totais obtidos pelo uso de trabalho forçado na economia privada em todo o mundo totalizam US$ 150 bilhões ao ano. A maioria dessa receita foi gerada na Ásia, sendo que dois terços do valor acumulado nesta região têm origem na exploração sexual comercial.
Fontes: ONU Brasil, UN, UNODC, OIM e OIT
Imagem: Reprodução/OIM
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