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4 de outubro de 2016

Washington Post publica reportagem sobre a cadeia produtiva do cobalto

O jornal The Washington Post publicou uma grande-reportagem sobre as minas de cobalto escavadas à mão por trabalhadores do Congo. A partir do cobalto é extraído o ion-lítium, usado na fabricação de baterias recarregáveis em telefones e laptops de empresas como Apple e Samsung. O repórter Todd C. Frankel e o fotógrafo Michael Robinson Chavez visitaram o país no sul do continente africano e constaram as condições degradantes dos cerca de 100 mil mineiros congoleses – incluindo crianças.

Na área de extração do mineral, mortes e doenças são comuns, escreve o jornalista. A exposição da comunidade a altos níveis de metais tóxicos aparentemente está ligada a problemas respiratórios e má-formação de crianças da região. A reportagem em texto é acompanhada de fotos e vídeos que retratam condições primitivas de trabalho: mineiros sem equipamentos de proteção, descalços e com água até o joelho. O salário dos trabalhadores varia de 2 a 3 dólares por dia.

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Ao investigar a cadeia produtiva do cobalto, a reportagem descobriu que mais de 60% do mineral usado no mundo é de origem congolesa. Parte da produção que abastece empresas multinacionais vêm de uma única empresa: a chinesa Congo DongFang, subordinada a maior produtora de cobalto do mundo, a Zhejiang Huayou Cobalto. Quase 90% do cobalto beneficiado na China tem origem no Congo, onde as companhias orientais dominam a indústria.

A fornecedora chinesa e as multinacionais produtoras de equipamentos eletrônicos foram entrevistadas e afirmaram que criaram planos para monitorar suas cadeias produtivas. O setor de sustentabilidade da Apple disse que atua junto a Zhejiang Huayou para regularizar sua cadeia produtiva, incluindo questões subjacentes ligadas a extrema pobreza, resultado do trabalho infantil e condições degradantes nas minas. A UNICEF estimou, em 2012, que cerca de 40 mil crianças trabalhem no Congo.

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LG e Samsung afirmaram que, enquanto realizam uma investigação interna da cadeia produtiva, pararam de comprar o cobalto da fornecedora chinesa. “Seguir o cobalto das minas até o produto final é difícil, mas possível, descobriu The Post. Guardas armados bloqueiam o acesso a várias minas no Congo. O cobalto passa por várias companhias e viaja milhares de milhas”, explica a reportagem.

Com informações de Washington Post
Imagens: Michael Robinson Chavez/WP

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