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4 de dezembro de 2009

Campanha pelo trabalho decente nas carvoarias é lançada

Mobilização da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho do Piauí (Aitepi) terá distribuição de 5 mil panfletos, intensificação de ações concretas de fiscalização e encontros com entidades ligadas a trabalhadores rurais

Por Repórter Brasil

A Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho do Piauí (Aitepi) lançou a campanha “Respeito ao trabalhador! Proteção ao meio ambiente!”, em prol do trabalho decente nas carvoarias espalhadas pelo Estado
Segundo Rubervam Du Nascimento, presidente da Aitepi, a campanha terá três etapas. A primeira consistirá na distribuição de cinco mil panfletos com informações e explicações sobre a exploração do trabalho degradante e a destruição da mata nativa no Piauí.
O texto do panfleto ressalta que trabalhadores ficam em meio à fumaça, com os corpos seminus e cobertos de fuligem. O que se vê são apenas olhos e dentes. A maioria mora perto dos fornos, em instalações improvisadas, encontradas com frequência pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em ações de combate ao trabalho escravo. Muitas crianças acompanham os pais e também assumem tarefas na carvoaria.
A segunda fase da campanha será incluir ações de intensificação da fiscalização rural em carvoarias (enfatizando as questões do registro, do combate ao trabalho infantil e da segurança e saúde) no planejamento da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Piauí (SRTE/PI) para 2010.
Na terceira etapa, a associação buscará parcerias com entidades que trabalham diretamente com a questão, como a Federação dos trabalhadores da Agricultura do Piauí (Fetag/PI), a Pastoral do Migrante, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STRs) para preparar, junto com elas, encontros de trabalhadores nos municípios mais afetados pelas carvoarias. Nessas reuniões, discussões sobre as conseqüências danosas dessa atividade para os trabalhadores e para o meio ambiente serão promovidas.
Com o esgotamento das áreas de floresta nativa do Maranhão e do Pará, as carvoarias chegaram ao Piauí nos últimos três anos e já invadiram praticamente todo o Estado. “Acredita-se que, no momento, a maioria funciona de forma clandestina. São cerca de 200 carvoarias, mais de dez mil fornos que transformam toras de madeira do nosso cerrado em carvão vegetal que alimenta as siderúrgicas do Maranhão e do Pará, principalmente, e engolem a saúde dos nossos trabalhadores”, conta o presidente da Aitepi.
“O pior é que isso acontece com a aceitação pacífica de gestores públicos do Estado que deveriam proibir esse tipo de atividade, pelo que representa de danoso, não somente para os trabalhadores, mas para a destruição do que resta da floresta nativa e do nosso cerrado”, completa Rubervam.

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