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30 de julho de 2010

Empresas reconhecem risco da exposição ao trabalho escravo

Das empresas listadas na BM&FBovespa que responderam à pesquisa, 83% têm consciência do risco à imagem, reputação e atração de novos investimentos ocasionado pela presença de trabalho escravo na cadeia produtiva

Por Rodrigo Rocha

Dados do relatório “Engajamento para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil” confirmaram que grande parte das empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores reconhecem os riscos do envolvimento em casos de trabalho escravo, mas mostraram também a existência de lacunas quando se trata de ações mais práticas no sentido da erradicação do crime.
Das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) que responderam à pesquisa do Fórum Latino-Americano sobre Finanças Sustentáveis (da sigla em inglês LASFF), 83% afirmaram que têm consciência dos riscos à imagem, reputação e atração de novos investimentos ocasionados pela presença de trabalho escravo em sua cadeia produtiva.
Segundo o relatório, 76% realizam levantamentos para analisar quais são as práticas de seus parceiros comerciais e 85% afirmaram que adotam algum tipo de procedimento quando identificam a possibilidade de ocorrência de trabalho escravo em seus parceiros, que vão desde investigação e construção de um plano de ação até o cancelamento de contrato/crédito.
Apesar do número absoluto de empresas representar somente 17% das presentes na Bolsa, elas reuniam na data de realização do questionário (setembro de 2009) 52% do valor ativo negociável na BM&FBovespa. O relativo baixo volume de respostas, relativizam os promotores da pesquisa, pode estar relacionado ao fato de que o tema é “uma demanda nova para as empresas, ainda que vinda de um grupo representativo de administradores de recursos de terceiros e relevantes agentes do mercado financeiro.”
Das empresas que responderam ao questionário, 37% já fazem parte do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, o que corresponde a 41,8% do ativo negociável na Bolsa de Valores. Das empresas que não são signatárias do Pacto Nacional, mais de dois terços pretende ou fazer parte nos próximos 12 meses ou já tem a adesão estabelecida como meta.
Ainda que as empresas declarem ter consciência de que a presença de trabalho escravo em seus fornecedores ou clientes traz riscos aos seus negócios, não há ao mesmo tempo um “engajamento ativo significativo” por parte das mesmas.  Cerca de 24%, por exemplo, não promovem nenhuma ação prática para engajar os parceiros comerciais em prol de práticas trabalhistas legais.
“Grande parte das empresas declarou valer-se apenas de cláusulas contratuais ou da divulgação (passiva) de suas políticas, sem a realização de ações complementares de verificação, monitoramento e conscientização”, completa o relatório. O Lasff é um projeto do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) e da International Finance Corporation (IFC) que práticas e iniciativas de sustentabilidade no setor financeiro.

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