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6 de outubro de 2014

Intel tenta livrar seus produtos de “minérios de sangue”

Em janeiro de 2014, a Intel assumiu publicamente o compromisso de criar produtos totalmente livres de conflitos. A empresa, maior fabricante de chips do mundo, necessita para a maioria dos seus dispositivos eletrônicos minérios como tântalo, estanho e tungstênio, em grande parte extraídos em regiões de conflitos e graves violações de direitos humanos na África Subsaariana.
Monitorar a sua própria cadeia produtiva tem sido um desafio para a Intel. Nos últimos cinco anos a empresa empenhou esforços para investigar produtores e descobrir se os minérios utilizados por eles eram provenientes de minas controladas pelas milícias da República Democrática do Congo. “O objetivo é convencer o fundidor que ser auditado é bom para os negócios deles”, declarou Carolyn Duran, gerente do programa de minerais de conflitos e diretora de cadeias produtivas da Intel, conforme notícia publicada pelo site da Exame.
Pelo menos 64% das reservas mundiais de coltan, formada por columbita e tantalita – de onde se extrai o tântalo – estão na República Democrática do Congo e estão sob o controle de milícias locais. O tântalo é utilizado na fabricação de telefones celulares, computadores, tablets, além de aparelhos para surdez, próteses, implantes, entre outros. O vínculo entre a exploração ilegal de recursos naturais e a continuação do conflito na República Democrática do Congo foi confirmado em 2001, pelo Conselho de Segurança da ONU. A guerra é considerada a mais sangrenta desde a Segunda Guerra Mundial e já deixou mais de 5 milhões de mortos.
Um dos trechos do projeto de lei para a regulamentação do setor financeiro norte-americano, sancionado pelo presidente Barack Obama em julho de 2010, obriga empresas dos Estados Unidos a revelarem o uso de minérios com origem nessas áreas de conflito e o que fizeram para tentar identificar esse uso nos seus produtos. Em maio deste ano, a Intel reafirmou, em documento protocolado na Securities and Exchange Commission (SEC) (órgão que regula as empresas cotadas em bolsa norte-americana), que seus processadores estão livres de minérios de áreas de conflito. Segundo o The Wall Street Journal, a Intel foi uma das quatro empresas americanas, dentre as 1300 listadas, que procurou auditorias externas para erradicar os chamados minerais de conflito de sua cadeia produtiva.
Recentemente, a empresa lançou um vídeo lançou um vídeo para explicar como se uniu a estudantes para lutar contra o uso de minerais de conflito e falar sobre o trabalho que tem desenvolvido ao longo dos últimos anos.  Para assistir ao vídeo com legendas em português, selecione a opção “ativar legendas”, clique em traduzir e selecione o idioma português.

*Com informações de BBC, Estadão e ExameEnough Project e The Wall Street Journal
Imagem: Reprodução/ Intel

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