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15 de abril de 2016

CRS e Repórter Brasil divulgam estudo sobre escravidão no café brasileiro

A agência internacional de ação humanitária Catholic Relief Services (CRS) e a ONG Repórter Brasil lançaram nesta semana um relatório que documenta o trabalho escravo em 15 fazendas de café brasileiras e faz recomendações para atacar o problema. O estudo descreve situações de trabalho forçado, condições degradantes e servidão por dívida em casos registrados na Lista Suja de 2013.
Após entrevistas com produtores, fazendeiros, sindicalistas, promotores e auditores fiscais, a principal conclusão do relatório é que o trabalho escravo não é um problema generalizado na produção de café do País, mas é provavelmente subnotificado. Há cerca entre 287 mil e 360 mil fazendas cafeeiras no Brasil, segundo estimativas do estudo, enquanto apenas 15 delas foram incluídas na Lista Suja. Os especialistas entrevistados concordaram que a fiscalização é limitada e que o número de violações de direitos humanos é proporcionalmente maior. Além disso, o documento ressalta que o risco de escravidão moderna é maior em propriedades de médio porte que tem dificuldades para mecanizar a produção, e que a população mais vulnerável à exploração são homens, negros e com pocua escolaridade. Leia o documento na íntegra em inglês.
Nesta quinta-feira, 14, o Conselho Nacional de Café (CNC) enviou uma nota ao site Notícias Agrícolas em que classifica o relatório como “tendencioso” e diz que o Brasil está bem posicionada no Ranking de Responsabilidade Governamental na Luta Contra a Escravidão. “Essa atitude cria o risco de uma repercussão negativa na cadeia, gerando retrocessos, uma vez que essas entidades prestam um desserviço na luta contra o trabalho escravo e ‘punem’ o Brasil e sua cafeicultura exatamente por serem transparentes e rigorosos” delcarou o CNC na nota. Em março deste ano, o conselho já havia divulgado uma nota de repúdio ao relatório “Café Amargo”, divulgado pela ONG dinamarquesa Danwatch.

Imagem: Danwatch

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