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2 de outubro de 2019

InPACTO comemora cinco anos de atuação

O ano de 2019 marca os cinco anos da bem-sucedida atuação do InPACTO. A organização celebrou seu aniversário com um seminário que reuniu 43 associados no final de maio. Na ocasião, foram apresentados algumas das estratégias e projetos do Instituto. Dentre elas, a análise de dados setoriais relacionados ao combate ao trabalho escravo e a visibilidade às boas práticas e metodologias implementadas, além de recomendações para replicação e ganho de escala. “Promover o trabalho decente é algo complexo. É preciso compartilhar informações e dados abertos, construir confiança entre atores que até então nunca haviam sentado numa mesma mesa e desenvolver soluções conjuntas e transformadoras. O InPACTO é a referência mais importante na quebra de paradigmas para esse diálogo”, ressaltou o diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, presente ao evento.

Como fomentar a perenidade do InPACTO e, principalmente, da agenda de erradicação do trabalho escravo e de promoção do trabalho decente deu o tom às discussões da mesa “O caminho, os aprendizados e o contexto”, moderada por Túlio Dias, presidente do instituto. 

Ana Yara Paulino, integrante do Conselho Deliberativo do InPACTO, enfatizou a importância do diálogo social e multissetorial para o combate ao trabalho escravo, fundamentado no respeito, na escuta e na busca de consenso entre os diferentes atores. “Diálogo é um processo, algo incessante. As respostas irão levar a novas perguntas. Elas não fecham o ciclo, mas abrem novas indagações”. Na trajetória pela erradicação do trabalho escravo, Ana Yara mencionou o monitoramento dos compromissos do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e a Lista Suja como importantes instrumentos de transparência. 

Márcio Nappo, da JBS, apresentou o Hotspot Mapping – ferramenta desenvolvida em parceria com o InPACTO e a Agrotools para compliance da cadeia de fornecimento e autorregulação do setor da pecuária na Amazônia Legal (versão piloto do Índice de Vulnerabilidade ao Trabalho Escravo).  A ferramenta visa ampliar as possibilidades de gestão de risco e de prevenção do trabalho escravo em grandes cadeias de produção, por meio da identificação de regiões vulneráveis ao trabalho escravo e mapeamento das áreas críticas. A Amazônia, onde estão localizados 50 mil dos 90 mil fornecedores da JBS, concentra a maior parte dos casos de trabalho escravo no Brasil. Nappo ressaltou a relevância da abordagem territorial e do acesso à educação, para empoderar as pessoas. “A agenda de transformação em prol do trabalho decente passa pela educação.”


Da esquerda para direita: Caio Magri, do Instituto Ethos; Giulliana Ortega, do Instituto C&A, Márcio Nappo, da JBS; Ana Yara Paulino, conselheira do InPACTO; e Túlio Dias, presidente do InPACTO.

O papel da colaboração (e não competição) entre as organizações foi ressaltado por Giuliana Ortega, diretora executiva do Instituto C&A, um dos apoiadores do InPACTO. “O combate ao trabalho escravo depende do esforço articulado de governos, empresas, consumidores e sociedade civil”.

Ela explicou também a escolha do IC&A de investir em estruturação e fortalecimento institucional.  “Os recursos destinados pelo setor privado no Brasil a organizações sociais são escassos. Normalmente, quando ocorre o financiamento, o aporte é direcionado a projetos. Mas, para um projeto ter sucesso, é preciso de uma organização forte, com uma boa governança, equipe capacitada e uma boa gestão administrativa-financeira por trás. Nosso apoio ao InPACTO é justamente para [garantir] sua existência, sua capacidade de ser atuante e cumprir sua missão.” Giuliana fez um apelo às empresas: “Aproximem-se do InPACTO, apoiem sua causa e fortaleçam seus negócios.”.

O InPACTO foi instituído com a missão de fortalecer e ampliar as ações realizadas pelo então Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. Entre os principais marcos destacam-se a ampliação do número de associados (de 33, em 2014, para 63, em 2019) e a participação no cenário internacional de promoção do diálogo entre empresas, trabalhadores, governos e sociedade civil. “Nesse momento de fragilidade para a agenda de direitos humanos em nosso país, queremos continuar avançando nos espaços nacionais e internacionais “, ressaltou Lucilene Binsfeld (Tudi), do Observatório Social, e Presidente do Conselho Deliberativo do InPACTO.

Hoje o InPACTO é um importante agente promotor do diálogo com o setor produtivo e atua para que gestores das empresas possam integrar o risco de ocorrência de trabalho escravo às suas políticas, à gestão e o enfrentem com eficiência.

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