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21 de setembro de 2015

InPACTO repudia ataque digital sofrido pela ONG Repórter Brasil

A ONG Repórter Brasil, parceira do InPACTO e uma das responsáveis pela iniciativa que deu origem ao Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, divulgou nesta segunda-feira (21) que sofreu um pesado ataque digital. A organização teve o seu portal na internet invadido e muitas de suas matérias foram alteradas ou tiveram partes apagadas. Ao longo dos últimos anos, a Repórter Brasil produziu uma série de reportagens investigativas com denúncias de violações de direitos humanos e crimes ambientais.
O InPACTO se solidariza com a Repórter Brasil e repudia o ataque sofrido pela organização, assim como qualquer outro tipo de ameaça, física ou não, que sofrem aqueles que se dedicam à denunciar e combater as desigualdades e injustiças.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Repórter Brasil sobre o ataque:
A Repórter Brasil sofre pesado ataque digital
A Repórter Brasil, organização de jornalistas, educadores e cientistas sociais que é referência no combate ao trabalho escravo e na promoção dos direitos humanos, teve seu portal invadido. Uma série de reportagens investigativas com denúncias contra importantes setores econômicos foram alteradas ou tiveram partes apagadas. A origem do ataque e seus objetivos estão sendo analisados e autoridades competentes já foram informadas.
O especial “Moendo Gente”, por exemplo, que mostra como produtos de frigoríficos flagrados com violações aos direitos trabalhistas chegaram a supermercados de todo o mundo, foi um dos alvos de ataque, tanto em sua versão em português quanto em inglês. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, essa reportagem contribuiu para a mudança em normas, aumentando a proteção ao trabalhador. Além de conteúdos apagados, redirecionamentos foram instalados para que, ao invés das investigações contra setores econômicos, o leitor entrasse em outras páginas.
O ataque digital é mais uma etapa de uma campanha contra o trabalho da Repórter Brasil e de seus jornalistas. A campanha já incluiu processos judiciais por veicular ações de resgates de trabalhadores submetidos à condição análoga à de escravos, cumprindo sua missão de informar.
A campanha também envolve difamações sobre o trabalho da instituição, que há 14 anos tem sido responsável por pautar problemas trabalhistas e socioambientais entre a imprensa e a sociedade como um todo, e a denunciar o poder público dentro e fora do país. São calúnias produzidas no intuito de diminuir o impacto das denúncias trazidas pelas investigações e documentários da Repórter Brasil.
Isso sem contar as ameaças a um dos coordenadores da organização, Leonardo Sakamoto. Elas já foram comunicadas ao relator especial das Nações Unidas para defensores dos direitos humanos, ao governo brasileiro e ao Ministério Público Federal.
Infelizmente, o último ataque ao site não é algo que ocorra apenas contra a Repórter Brasil, mas ilustra bem a situação sofrida pelo jornalismo que investiga e torna público as graves violações aos direitos humanos.
Ataques assim estão se tornando cada mais frequentes, tanto nos veículos grandes e tradicionais, quanto nos pequenos e independentes. Tão importante quanto descobrir seus autores e puni-los de acordo com a lei é atuar na formação de leitores que sejam capazes de separar informação falsa e verdadeira, e defender uma imprensa livre como pilar fundamental da democracia.
Resta a nós, jornalistas, tornar essa discussão pública, continuar atuando na produção e circulação de informação de qualidade e denunciar quem tenta calar o jornalismo às autoridades.
 
Imagem: Reprodução/Site Repórter Brasil

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